Água salgada e sol são ótimos, mas exigem atenção extra para não causar problemas ao corpo. Saiba o que mais é recomendado para os dias de calor
Apesar de fevereiro e março não estarem recheados de glitter e bloquinhos de Carnaval, os últimos dias foram de céu azul e sol intenso. Por isso, muita gente aproveitou para ir até a praia ou dar um pulinho nos parques de São Paulo. Apesar de banho de sol ser tudo de bom – ajuda na produção de vitamina D e melanina do corpo, melhora o sono e aumenta a sensação de bem-estar –, é preciso ter alguns cuidados. Afinal, a exposição incorreta ou excessiva pode ter graves consequências. Veja abaixo que cuidados tomar.
Pele
A luz do sol tem a radiação UVA, que degenera o colágeno, e a radiação visível, que pode manchar, explica Daniel Cassiano, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “A partir das 10h, começa-se a ter uma incidência mais alta de UVB, que vai queimar a pele. Então, quando a gente pensa em fotoexposição, tem de pensar nos efeitos agudos que o sol pode trazer para a pele (bronzeamento, queimadura e imunossupressão) e nos efeitos crônicos, que são principalmente o câncer de pele e o fotoenvelhecimento”, diz. Assim, o melhor horário para a exposição solar é antes das 10h e depois das 16h. No meio do dia, o ideal é se proteger e evitar a exposição.
O recomendado é usar bloqueadores com, no mínimo, FPS 15 e repor a cada duas horas. “Uma exposição crônica ao sol vai aumentar as chances de desenvolver câncer de pele no futuro e também causar o fotoenvelhecimento, ou seja, uma pele flácida, cheia de manchas e com rugas profundas.”
Hidratação
É importante se hidratar ao longo do ano inteiro, porém, nos dias mais quentes, quando perdemos muito líquido no suor, repor essa água se torna essencial. O recomendado é dois litros por dia, o que pode variar de acordo com a idade, condições de saúde, peso e altura. Caso a quantidade seja insuficiente, podem ocorrer desidratação, fraqueza, dor de cabeça e tonturas.
Apesar de Diogo Nogueira cantar “Pé na areia, caipirinha”, o álcool é diurético, o que leva à desidratação mais rapidamente no organismo. Assim, para cada copo de álcool, beba um de água. Chás gelados, água de coco e sucos naturais também ajudam a manter a hidratação em alta, porém não substituem a água. Além da ingestão de líquidos, redobre a atenção para o ressecamento que pode ser causado pelo sol.
Manteigas de cacau e hidratantes são bem-vindos. Uma boa dica é aproveitar o pós-banho para passar o produto, afinal a pele úmida facilita a absorção.
Alimentação
Já que ficar ‘fritando’ no sol está fora de cogitação, a alimentação pode ser uma aliada para conquistar o tão desejado bronze. O recomendado é investir em alimentos ricos em betacaroteno, pigmento amarelo-alaranjado que contribui para a produção de melanina. Cenoura, abóbora, beterraba, laranja, mamão, manga e batata-doce são algumas opções.
Lembre que o sistema digestivo fica mais lento no calor. O ideal é investir em alimentos de fácil digestão, como frutas, legumes e verduras.
Limpeza
Tenha atenção também com a sua rotina de skincare. No verão, aumenta a oleosidade da pele, pois o calor estimula a produção sebácea, principalmente na zona T (testa, nariz e queixo). Assim, no caso de pessoas com a pele mista ou oleosa, é interessante trocar o sabonete regular por uma opção neutra ou antioleosidade, além de buscar filtros solares multifuncionais, que combatem esse excesso de óleo. Ao chegar em casa, lave bem o rosto e no máximo passe uma água termal. “Recomendo evitar adstringentes e esfoliantes, porque a barreira cutânea é super importante para manter a saúde e a beleza da pele. Uma boa lavagem é o suficiente”, diz Cassiano. Caso passe ácidos fortes durante a rotina de skincare, não esqueça de retirar totalmente o produto antes de ir para o sol.
Nas dobras do corpo, como atrás do joelho, nas axilas e entre os dedos, lembre-se de secar bem após o banho ou a entrada no mar e na piscina, para evitar micoses.
Área íntima
“O ideal é que a gente leve de um a dois biquínis para a praia e troque quando estiver molhado. Isso geralmente não ocorre, então o que a gente pode fazer para prevenir isso? Quando chegar em casa ou no hotel, lave a região íntima no banho e evite, pelo máximo de tempo possível, usar calcinha”, ensina a ginecologista Roberta Grabert. De acordo com ela, isso vai fazer com que a vulva respire, o que ajuda a evitar infecções na região.
Na hora de tomar banho, não deixe o biquíni para secar no box. Pendure-o em um local arejado para secar bem e não acumular fungos. “Na vulva, a água deve ser de meio morninha para fria. Pode até tomar banho quente, e diminuir a potência na hora de passar na vulva”, diz. Para o sabonete, prefira os neutros. Opte por calcinhas de algodão e mais folgadas e fique atenta ao corrimento, que é completamente normal, especialmente nos dias quentes.
“Mulher que não está na menopausa e não é criança, quando tira a calcinha no fim do dia, ela vai estar um pouquinho úmida. O importante é não ter coceira e não cheirar mau. A grande dica para o verão é manter a vulva sempre limpa, bem higienizada, e usar roupa adequada e secar as roupas direitinho”, diz ela.
Cabelos
Os cabelos queimados do sol podem até parecer legal na foto, mas o calor pode fazer muito mal para a saúde capilar. É interessante passar um leave-in com proteção UVA/UVB antes de tomar sol e repassar sempre que mergulhar no mar ou na piscina. Não prenda os cabelos ainda molhados ou esfregue muito a toalha, para não ficarem quebradiços. No banho, para driblar os efeitos do sal e do sol, opte por máscaras e xampus com efeito anticloro e nutrição pós-sol. A água deve ser morna ou fria, uma vez que a quente piora a oleosidade do couro cabeludo. Finalmente, na hora da secagem, evite modeladores térmicos e deixe que os fios sequem naturalmente.
Fonte: Estadão