Envelhecimento da pele e do corpo ocorre em quatro picos ao longo da vida. Saiba como lidar com cada etapa

Cientistas dos Estados Unidos e de Cingapura descobriram que células envelhecem em dois grandes picos; mas os efeitos na pele aparecem em momentos específicos. Entenda como combater esses sinais

envelhecimento é um processo inevitável. Mas, se até agora era considerado constante e linear, pesquisas recentes sugerem que, na verdade, ele acontece em picos – pelo menos dois ao longo da vida. Então, se você já teve a sensação de ganhar novas rugas da noite para o dia, teve uma ressaca muito, muito pior do que a anterior ou percebeu que seus joelhos estavam repentinamente mais doloridos e frágeis, pode estar passando por um desses picos de envelhecimento.

Em 2024, cientistas da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, e da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Cingapura, publicaram essas descobertas na revista científica Nature Aging. Eles acompanharam 108 pacientes, com idades entre 25 e 75 anos, para observar de perto o envelhecimento em nível molecular, especialmente de RNA, proteínas e seus microbiomas. E perceberam que a maioria das 135 mil amostras testadas indicaram que as maiores transformações ocorreram em pessoas na faixa etária dos 40 e dos 60 anos.

A primeira onda, dos 40 anos, apresentou mudanças na saúde cardiovascular e um impacto no metabolismo de cafeína, álcool e lipídios. O segundo arco, vinte anos mais tarde, impactou a função renal, o metabolismo de carboidratos e a regulação imunológica. Durante ambos os picos, o envelhecimento da pele e dos músculos acelerou.

A dermatologista estadunidense Shereene Idriss abordou a pesquisa sobre os picos de envelhecimento para falar sobre como eles afetam seu rosto – perda de elasticidade, linhas e rugas de expressão – e como lidar com eles em cada fase da vida.

Embora concorde com a pesquisa, Idriss, a partir de sua própria prática clínica, propõe que haja pelo menos quatro desses picos de envelhecimento, dois deles antes dos 40: o primeiro no começo dos 20 e o segundo no começo dos 30. “O fato é que, se não envelhecemos, estamos mortos”, diz ela. “O objetivo é envelhecer da melhor forma possível, não apenas fisicamente, mas mentalmente”.

Aos 20 anos

Como observado por Idriss, o processo de envelhecimento começa já aos vinte e poucos anos. Por volta dos 25, a produção de colágeno começa a cair naturalmente em cerca de 1% ao ano, contribuindo para o aparecimento de linhas finas e rugas.

Ao longo de cerca de seis meses, ocorre uma espécie de “afinamento”, ou seja, os rostos ficam mais estreitos e longos. De acordo com a dermatologista, isso acontece devido a uma leve “redução de volume” na parte externa do rosto, que altera as características. É possível prevenir? Não muito, mas é possível lidar com a mudança mais abrangente do envelhecimento. Idriss aconselha manter uma dieta saudável e tentar não oscilar o peso, afinal, o efeito sanfona pode acentuar essas mudanças faciais.

Medicamentos tópicos à base de vitamina A – também conhecidos como retinoides – reduzem linhas finas e rugas, aumentando a produção de colágeno, e podem ser uma boa ferramenta para lidar com os primeiros picos de envelhecimento. “Seu eu posterior agradecerá”, diz Idriss sobre o uso de retinol aos vinte e poucos anos. O microagulhamento também pode fazer a diferença – embora não com muita radiofrequência, como aconselha Idriss, que poderia “derreter” a gordura ou o tecido do rosto que dá elasticidade à pele e aquela aparência viçosa.

Aos 30 anos

O segundo pico, por volta dos 35 anos, pode aparecer como papada (resultado de uma pele flácida) ao redor do rosto ao longo de um mês. As linhas do sorriso podem também se tornar mais proeminentes. Nesta fase, pode ser importante ter um bom dermatologista para começar a acompanhar essas mudanças.

Nenhum creme vai restaurar o volume – tratamentos com substâncias derivadas do sangue ou com PRP para estimular a regeneração do tecido podem ajudar a fortalecer a pele e retardar o aprofundamento das linhas do sorriso. Preenchimentos, quando usados estrategicamente, também podem ser considerados. Embora não levantem o rosto, podem ser usados para preencher os detalhes faciais, criando equilíbrio e deixando a papada menos proeminente.

Aos 40 anos

O terceiro pico, por volta dos 44 anos, apresenta mais papada, além de piora das bolsas sob os olhos, lábios mais finos e pele com textura enrugada. Nestes casos, Idriss recomenda continuar com as sugestões anteriores e manter a consistência – basta ir um pouco mais além.

Incorpore microagulhamento e radiofrequência com mais regularidade à sua rotina, se desejar. Você também pode considerar polinucleotídeos tópicos para hidratação. Preenchimento leve e botox duas vezes ao ano também podem ser considerados. Mas não se deixe levar por todas essas opções – escolha um único caminho! Lide com o que você notar primeiro e mantenha o foco.

Aos 60 anos

O quarto pico é na casa dos 60 anos. Aqui, Idriss é franca: “Um pouquinho de qualquer tratamento não vai mais fazer muita diferença”. Você pode, diz ela, considerar um procedimento que envolva o corte do excesso de pele, como uma platismoplastia. Mas Idriss não recomenda lifting facial para pessoas com mais de 70 anos – se você estiver considerando um lifting facial ao longo da vida, o momento ideal seria entre o final dos 40 e o começo dos 50 anos.

Mas, em qualquer uma destas etapas, é importante consultar seu dermatologista antes de tomar qualquer decisão.

Fonte: Vogue

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