Pequenas bolinhas brancas parecidas com acne que aparecem acompanhadas por vermelhidão, inflamação, textura áspera e ressecamento ao seu redor podem ser sinal de queratose pilar simples, uma condição dermatológica causada pelo acúmulo de queratina nos folículos pilosos da pele.
A dermatologista Isabel Martinez, que possui MBA em cosmetologia e é especialista em laser pela Universidade de Harvard, explicou à CNN que essa condição pode ser causada por uma predisposição genética, já que alguns casos estão relacionadas a mutação no gene da filagrina. Essa alteração compromete o processo de queratinização, isto é, a formação da camada da proteína queratina, presente na pele e nos cabelos e crucial para a proteção da epiderme do corpo. “Estudos mais recentes indicam que a queratose pilar também pode estar associada a inflamações de baixo grau nos folículos pilosos, o que justifica o uso de tratamentos que visam reduzir essa inflamação”, afirma Isabel, que alerta ainda que a condição pode se intensificar durante a puberdade e a gravidez.
A dermatologista relatou ainda que a queratose pilar pode aparecer junto com outras condições, como dermatite atópica, ictiose vulgar, diabetes mellitus, desnutrição, alopecia cicatricial e obesidade. Ela também pode se agravar se o clima estiver seco e frio, condições que tendem a contribuir para o ressecamento da pele. “De maneira geral, ela e uma condição benigna muito comum na população, porém é importante procurar um médico, para saber se ela tem alguma outra patologia associada”, indica.
Em seu site, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) explica ainda que a queratose pilar tende a desaparecer sozinha ao longo da vida e que não há prevenção para esse tipo de condição dermatológica.
Quais são os sintomas da queratose pilar? Pápulas pequenas e ásperas que podem ser confundidas com acne leve, textura áspera e ressecada da pele, vermelhidão e inflamação ao redor das pápulas em casos mais graves.
Qual é o tratamento da queratose pilar? Isabel Martinez contou à CNN que não há cura para a queratose pilar simples, mas os dermatologistas costumam adotar uma abordagem multifacetada para amenizar seus efeitos. “O uso de tecnologias associadas ajuda a reduzir o impacto cosmético da condição, melhorando a qualidade de vida dos pacientes que lidam com o desconforto e o impacto emocional associado à aparência da pele”, explicou.
Veja abaixo os principais tratamentos listados por Isabel Martinez: Esfoliantes tópicos: Produtos contendo ácido lático, ácido salicílico ou ureia são eficazes na remoção das células mortas e na suavização da pele. Um estudo recente destacou que o uso de ácido lático 10% melhora a textura da pele em até 66% após 12 semanas de tratamento.
Hidratantes intensivos: Cremes com ceramidas ajudam a restaurar a barreira da pele e a prevenir o acúmulo excessivo de queratina. Um estudo publicado na Journal of Dermatological Treatment sugere que hidratantes combinados com ácidos esfoliantes são particularmente eficazes.
Laserterapia: Tratamentos com laser de Nd:YAG e luz pulsada intensa (IPL) têm mostrado resultados promissores, especialmente em casos mais resistentes de KP. Esses métodos reduzem a vermelhidão, melhoram a textura da pele e ajudam a remover o acúmulo de queratina. O uso do laser de CO2 fracionado também foi demonstrado como eficaz na redução das pápulas queratósicas e na melhora da textura da pele.
Retinoides tópicos: Creme como as tretinoínas são usados para acelerar a renovação celular e reduzir a obstrução dos foliculose.
Fonte: CNN Brasil