A partir dos 50 anos, o envelhecimento da pele se torna mais visível e exige cuidados específicos para manter a saúde, hidratação e firmeza. Rugas mais acentuadas, flacidez, ressecamento e sensibilidade são alguns dos sinais que se intensificam entre os 50 e 60 anos.
Para entender melhor as transformações da pele nessa fase e como lidar com elas da melhor forma, o Estadão Recomenda ouviu dois especialistas: Thaísa Modesto, médica dermatologista com 12 anos de experiência, e José Roberto Fraga Filho, médico dermatologista, fundador e Diretor Clínico do Instituto Fraga de Dermatologia.
A seguir, confira recomendações práticas, dicas de skincare e orientações para quem deseja manter a pele madura bem cuidada e saudável.
Rotina de skincare após os 50 anos
Para lidar com as mudanças que a pele enfrenta nessa fase, manter uma rotina de cuidados diária e direcionada é importante.
Fraga Filho destaca que, mesmo que as etapas de skincare continuem sendo limpeza, hidratação e proteção solar, os produtos precisam ser mais potentes e adequados à pele madura. Já Thaísa defende que o cuidado deve ir além dos cosméticos. “Hábitos saudáveis como sono reparador, alimentação rica em antioxidantes, hidratação adequada e controle do estresse impactam diretamente a saúde da pele”, orienta.
Para obter resultados visíveis, a rotina precisa ser bem estruturada e adaptada a cada pessoa e Thaísa sugere um passo a passo que inclui rotinas diurnas e noturnas.
O que passar na pele antes de dormir?
Além da skincare diurna, os cuidados noturnos também precisam entrar na rotina de quem tem pele madura.
Segundo o dermatologista Fraga Filho, é durante esse período que se aproveita para usar ativos mais potentes. “Usamos o período noturno para produtos mais agressivos à pele e que não podem ser expostos ao sol, como os ácidos para efeito de rejuvenescimento, que devem ser retirados logo pela manhã”, explica.
A dermatologista Thaísa reforça que à noite a pele entra em processo de renovação celular e, por isso, deve receber produtos que favoreçam essa regeneração. “Um sérum com retinol ou peptídeos ajuda a estimular a produção de colágeno e a combater rugas”, orienta.
Ela ainda recomenda hidratantes mais ricos nesse horário, com ceramidas e pantenol, que ajudam a reforçar a barreira cutânea. E acrescenta: “Não se deve esquecer da área dos olhos, que precisa de cremes específicos com ácido hialurônico e peptídeos para tratar olheiras e flacidez”.
Ativos essenciais
Quando o assunto são os ativos mais indicados após os 50 anos, os especialistas são unânimes ao destacar os retinóides. “Sem dúvida nenhuma, os retinóides são considerados o padrão ouro para tratamento de rejuvenescimento a nível domiciliar”, afirma Fraga Filho.
O dermatologista recomenda ainda o uso de vitamina C e niacinamida para melhorar o aspecto geral da pele.
Já Thaísa traz uma lista de ativos importantes que, combinados de forma personalizada, ajudam a recuperar firmeza e luminosidade. Eles são:
- Ácido hialurônico: melhora a hidratação e ajuda na suavização de linhas finas;
- Vitamina C: uniformiza o tom da pele e atua no combate aos radicais livres;
- Niacinamida: fortalece a barreira cutânea e promove uma melhora na elasticidade;
- Peptídeos: atuam na estimulação do colágeno e da elastina;
- Ceramidas e pantenol: colaboram para que a pele receba uma hidratação profunda;
- Retinol: estimula colágeno para promover a renovação celular e deve ser usado à noite;
- Ácidos alfa-hidroxi: assim como o glicólico, esses ácidos ajudam na esfoliação suave da pele e são indicados para o skincare noturno.
O que muda na pele com o envelhecimento?
O processo de envelhecimento acelera entre os 50 e 60 anos, com impacto direto na estrutura da pele. Segundo Fraga Filho, “a pele tende a se tornar mais fina, menos elástica, ressecada e mais fotoenvelhecida devido à ação dos raios ultravioletas”.
O dermatologista explica ainda que há diferenças no envelhecimento de peles masculinas e femininas, e que elas estão ligadas aos hormônios. “A pele masculina fica mais espessa, oleosa, áspera e rica em folículos pilosos”, destaca.
Thaísa complementa que a queda de hormônios como o estrogênio nas mulheres tem um efeito direto no aspecto da pele. “Nessa fase, há uma queda significativa na produção de colágeno, elastina e ácido hialurônico — substâncias que mantêm a firmeza, elasticidade e hidratação da pele”.
A especialista conta que é essa queda que leva ao aumento da flacidez, à formação de rugas mais profundas, ressecamento e perda de viço.
Além disso, Thaísa reforça que o impacto da menopausa torna a pele feminina mais sensível e reativa, enquanto nos homens o processo costuma ser mais gradual.
Erros comuns no cuidado com a pele madura
Muitos cuidados essenciais podem ser ignorados ou mal executados após os 50 anos. Contudo, entre os erros mais comuns, Thaísa destaca o uso incorreto do retinol e a negligência com o protetor solar. “Mesmo com a pele madura, a proteção solar diária com FPS mínimo de 50 é essencial para prevenir o fotoenvelhecimento e manchas”, alerta.
Outro equívoco é não adaptar os produtos à nova condição da pele. “Usar os mesmos cosméticos de antes pode causar ressecamento ou irritação”, diz.
Além disso, ela destaca que também é comum esquecer a área dos olhos ou pular a hidratação noturna, o que pode comprometer a regeneração cutânea.
Para Fraga Filho, há outro erro bastante recorrente: “O mais comum é não utilizar o produto específico para seu tipo de pele, se oleosa ou seca”, lembra.
Por isso, a prevenção desses erros passa pelo acompanhamento com especialistas, para garantir os cuidados adequados com a pele nessa faixa etária.
Skincare para diferentes tipos de pele
A rotina de cuidados com a pele entre os 50 e 60 anos também precisa considerar o tipo de pele de cada pessoa. Para Fraga Filho, o mais importante é manter a regularidade. “Pele não tem segredo, mas sim rotina. Fazendo o básico bem feito — lavar, hidratar e proteger — o resultado virá”, afirma o especialista.
Já Thaísa destaca que cada tipo de pele apresenta desafios específicos nessa fase da vida. “Para a pele oleosa, que mesmo madura ainda pode apresentar brilho e poros dilatados, o ideal é usar séruns com niacinamida ou zinco, e hidratantes oil-free”, orienta.
No caso de peles secas, a dermatologista diz que elas tendem a sofrer mais com perda de colágeno e elasticidade. “Elas pedem texturas mais densas e ativos como ácido hialurônico, ceramidas e pantenol para manter a hidratação profunda”, explica.
Por fim, para quem tem pele mista, a recomendação é adaptar a hidratação às regiões do rosto. “Produtos em gel-creme são uma boa opção, pois hidratam sem pesar”, finaliza a dermatologista.
Fonte: Estadão